Vendas no Natal devem movimentar R$ 38 bilhões na economia brasileira

10 de novembro de 2020

Segundo pesquisa divulgada pela CDL Goiânia, data pode mobilizar quase 90 milhões de brasileiros. Custo médio de R$ 109; internet e lojas de departamento superam shopping center na busca por presentes. Confira análise e comentários da Entidade.

O cenário de desemprego e de insegurança econômica trazida pela pandemia da Covid 19 deverá impactar nas compras de Natal deste ano. É o que mostra uma pesquisa divulgada pela CDL Goiânia, feita em todas as capitais pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pela Offer Wise Pesquisas. De acordo com o levantamento, 54% dos consumidores devem presentear alguém no Natal deste ano. O número representa uma queda de 22 pontos percentuais em relação ao último ano, em que a intenção de compra era de 77%.

Estima-se que 86 milhões de pessoas devam ir às compras, movimentando cerca de R$ 38,8 bilhões no setor de comércio e serviços. A cifra representa uma redução significativa frente à sondagem do último ano, quando a estimativa era de que fossem movimentados aproximadamente R$ 60 bilhões, mas ainda assim é bastante expressiva, especialmente em um ano repleto de adversidades em diversos segmentos da economia, e equivale a uma boa notícia aos comerciantes.

Para aqueles que não pretendem presentear este ano, a principal justificativa é o fato de estarem desempregados (24%) e não terem dinheiro (22%). De acordo com a pesquisa, 23% dos consumidores ainda não decidiram se vão adquirir presentes e 22% declararam não terem a intenção de presentear terceiros.

Para o presidente da CDL Goiânia, Geovar Pereira, as vendas de fim de ano, especialmente no Natal, melhor período para o comércio, a pesquisa apresenta uma estimativa abaixo dos números de 2019, que já era esperado diante do cenário de pandemia, porém a expectativa ainda é muito boa. “Por um lado, teremos o encerramento do auxílio emergencial, por outro lado haverá o pagamento do 13º salário; no início de dezembro, teremos também a liberação do saque de aniversário do FGTS dos nascidos em dezembro, além do crescimento na geração de empregos e tudo isso irá influenciar positivamente”, analisa.

“O comércio está aberto e se preparou para atender o público presencialmente e também por meio digital, cabe ao empresário utilizar estratégias corretas para atrair o cliente a comprar o seu produto.”, destaca Geovar.

Principais presentes serão roupas, brinquedos, cosméticos e calçados. Valor médio será de R$ 109 

De acordo com o levantamento, os mais lembrados na hora de presentear serão os filhos/filhas (59%), o cônjuge (45%) e as mães (45%), sendo que o presente mais caro será destinado aos filhos/filhas (27%). Entre os entrevistados, 25% pretendem comprar até dois presentes, e 33% entre três e quatro presentes. Em média, os entrevistados devem comprar 3,6 itens.

Os produtos mais buscados por quem vai presentear são roupas (57%), brinquedos em geral (38%), perfumes e outros cosméticos (31%), e calçados (31%). O ticket médio – ou seja, o valor a ser investido pelo consumidor em cada presente – será de R$ 108,78.

Internet e Lojas de departamento serão os principais locais de compra. 85% pretendem pagar os presentes à vista

A pandemia foi responsável pela mudança de diversos hábitos dos brasileiros. É o caso das compras on-line, que já vinham ganhando espaço há alguns anos, e se intensificaram de forma expressiva nos últimos meses. Dessa forma, o local preferido para realizar as compras de Natal será justamente a internet/lojas online (47%). Em seguida aparecem as lojas de departamento (40%), o shopping center (34%) e as lojas de rua (26%).

“A pandemia levou os consumidores a explorarem novas formas de compra. Isto reforça a necessidade dos lojistas buscarem recursos de aproximação com os consumidores para atendê-los de forma virtual. Mesmo o pequeno varejista, que não possui um site de e-commerce, pode utilizar o Whatsapp e as redes sociais para impulsionar suas vendas”, afirma o presidente da CDL.

Ele ressalta que o perfil de compra do consumidor mudou há alguns anos, e essa mudança já estava acontecendo de forma crescente, mas a pandemia acelerou ainda mais o processo. “O empresário também precisou se adequar para atender o cliente e não parar de vender, os estabelecimentos estavam de portas fechadas e o meio digital foi um dos canais que manteve as empresas de pé gerando caixa. E essa tendência se repete agora nas vendas de Natal, o empresário deve aproveitar todos os canais e não perder negócios.”, garante.

De acordo com os entrevistados que farão compras on-line, os canais da internet preferidos são os sites (78%), principalmente os de lojas varejistas nacionais (75%), os de compra e venda de produtos novos ou usados (42%) e os internacionais (31%). Além dos sites, os entrevistados citaram os aplicativos (63%), Instagram (19%), Whatsapp (18%) e Facebook (14%).

Quando se trata da forma de pagamento, oito em cada dez consumidores que dizem que farão compras neste Natal pretendem pagar à vista (85%), sobretudo em dinheiro (57%) e no cartão de débito (36%). Por outro lado, 44% querem usar o crédito para pagar as compras, principalmente o cartão de crédito parcelado (37%), o cartão de crédito em parcela única (25%) e o cartão da própria loja parcelado (10%).

Para 65% dos consumidores preço dos presentes estão mais caros este ano, e 84% pretendem pesquisar preços

Em meio à pandemia, mesmo aqueles que pretendem comprar presentes parecem estar cautelosos com os gastos. Quando se trata dos entrevistados que compraram no ano passado, 45% dizem que vão gastar menos em 2020, enquanto 26% intencionam gastar a mesma quantia, e 20% vão gastar mais.

Os principais motivos para reduzir os gastos com presentes são o fato de querer economizar (37%), estar com o orçamento apertado (33%) e as incertezas com relação à economia para o próximo ano (25%). Já entre aqueles que vão gastar mais este ano, 32% afirmam que darão presentes melhores, 26% que utilizarão o 13º salário para fazer compras, 24% que economizaram ao longo do ano e 23% que os preços aumentaram.

Diante de uma situação de incertezas e dificuldades financeiras, a pesquisa de preços se torna grande aliada do consumidor: 84% pretendem pesquisar preços antes de comprar seus presentes. Vale notar o predomínio das ferramentas virtuais na hora de pesquisar preços (80%), seja por meio de sites e aplicativos (74%) ou das redes sociais (29%).

Por outro lado, um percentual significativo dos entrevistados (69%) também menciona os meios físicos de pesquisa de preços, sobretudo as lojas de shopping (43%), lojas de rua (38%) e os supermercados (20%)

Preço e ofertas influenciam local de compra

De acordo com a pesquisa, os fatores que mais influenciam na escolha do local de compra são o preço (53%), as ofertas e promoções (39%), o valor do frete (24%), a diversidade de produtos (22%) e o atendimento (22%). Já na hora de escolher o presente, os entrevistados vão levar em conta a qualidade do produto (24%), o perfil do presenteado (18%) e as promoções e descontos (18%).

De acordo com Geovar, o consumidor está sempre atento às informações referentes às empresas, produtos, preços, promoções. “São diversos canais que os clientes têm à disposição para saber da reputação da empresa e como foi a experiência de atendimento com outras pessoas. É necessário mais do que nunca oferecer uma experiência de compra agradável. Isso significa que se deve evitar ao máximo desgaste. O cliente hoje quer escolher o produto com rapidez, pagar sem burocracia e receber o mais rápido possível. Ele quer facilidade e agilidade”, alerta o presidente.

 

E complementa, “o empresário não pode perder as oportunidades, principalmente na melhor época de vendas do ano. É necessário fazer promoções, criar campanhas de descontos progressivos, divulgação de cupons e sorteios via redes sociais, sites e aplicativos de mensagens. E mesmo que a empresa não seja do ramo de atividade com maior intenção de compra, aproveite para se conectar com seu cliente de alguma forma, mande ao menos mensagens de “Feliz Natal” pois quem não é visto não é lembrado.”

 

Metodologia

Público-alvo: Consumidores das 27 capitais brasileiras, homens e mulheres, com idade igual ou maior a 18 anos, de todas as classes econômicas (excluindo analfabetos) e que pretendem comprar presentes para o Natal.

Método de coleta: pesquisa realizada via web e pós-ponderada por sexo, idade, estado, renda e escolaridade.

Tamanho amostral da Pesquisa: 968 casos em um primeiro levantamento para identificar o percentual de pessoas com intenção de comprar presentes no Natal. Em seguida, continuaram a responder o questionário 606 casos, que tinham a intenção de comprar presente no Natal. Resultando, respectivamente, uma margem de erro no geral de 3,1 p.p e 4,0 p.p para um intervalo de confiança a 95%.

Data de coleta dos dados: 14 a 20 de outubro de 2020.

 

Baixe a íntegra da pesquisa em https://bit.ly/2Uevzc0

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