Rentabilidade dos bancos retorna ao patamar pré-pandemia e lucro sobe, diz Banco Central

18 de outubro de 2021

Informações constam do Relatório de Estabilidade Financeira do 1º semestre. De acordo com BC, análises indicam que ‘não há risco relevante para a estabilidade financeira’.

O Banco Central informou nesta segunda-feira (18) que a rentabilidade dos bancos retornou, no primeiro semestre deste ano, ao nível pré-pandemia. Além disso, informou o BC, o lucro das instituições financeiras também se recuperou. As informações constam do Relatório de Estabilidade Financeira.

Segundo o Banco Central, “a principal causa para a recuperação da rentabilidade é o menor volume de despesas com provisões”, isto é, os recursos separados para fazer frente a eventuais operações inadimplentes. Para a instituição, contudo, a incerteza ainda está “acima do usual”.

O BC também avaliou que inadimplência “sob controle” e “materialização de perdas aquém do esperado” sugerem que não haverá “alteração significativa nas despesas com provisões no curto prazo”.

“Melhoras consistentes nas receitas com serviços e despesas administrativas crescendo abaixo da inflação também têm beneficiado a rentabilidade”, informou o Banco Central.

O chamado retorno sobre o patrimônio líquido dos bancos (ROE) atingiu 14% nos 12 meses encerrados em junho deste ano, o percentual mais elevado desde maio de 2020 (14,6%).

Nos últimos três meses, ainda de acordo com a instituição, esse indicador somou 15,98%, atingindo o maior nível desde fevereiro de 2020 (18,15% também no acumulado dos três meses anteriores). Com isso, retomou o patamar registrado antes da eclosão da pandemia da Covid-19.

Lucro sobe

Junto com a melhora da rentabilidade também houve aumento do lucro. Segundo o BC, o sistema bancário registrou um lucro líquido de R$ 62 bilhões nos seis primeiros meses deste ano — valor 53% acima do registrado no mesmo período de 2020.

“Os resultados tendem a seguir melhorando com o avanço da vacinação e com a recuperação da atividade econômica, mas as incertezas do atual momento econômico seguem acima do usual. Uma recuperação mais lenta da atividade pode prejudicar o cenário para a rentabilidade do sistema à frente”, acrescentou o BC.

Segundo dados da instituição, o lucro líquido dos bancos somou R$ 114,76 bilhões em 12 meses até junho deste ano. Este é o maior patamar desde fevereiro de 2020, antes da pandemia, quando o lucro das instituições financeiras (em 12 meses) somou R$ 121,43 bilhões.

Com a crise sanitária, o lucro dos bancos, em todo ano passado, havia recuado para R$ 88,84 bilhões por conta do aumento de provisões (recursos apartados para fazer frente a eventuais perdas). Foi o menor patamar desde março de 2018 – R$ 88,09 bilhões (em 12 meses)

Estabilidade financeira

Ainda de acordo com o BC, as análises indicam que “não há risco relevante para a estabilidade financeira”.

No primeiro semestre deste ano, o sistema financeiro manteve as provisões elevadas (recursos apartados para potenciais operações inadimplentes), mas as “perdas esperadas com crédito se reduziram, a capitalização do sistema bancário melhorou, e a liquidez manteve-se confortável”.

“Esse desempenho está em linha com a evolução positiva da economia doméstica, em um período de recuperação parcial da confiança dos agentes econômicos e de avanço da campanha de vacinação”, acrescentou o Banco Central.

Para o futuro, o BC avaliou que os fundamentos econômicos “devem ditar as perspectivas para a estabilidade financeira”. Para a instituição, “é essencial perseverar no processo de reformas para permitir uma recuperação sustentável da economia”.

“Ainda há bastante incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia. Isso porque há risco de disseminação de novas variantes do SARS-CoV-2, dificuldade para algumas cadeias produtivas obterem insumos, além de eventuais implicações da crise hídrica”, acrescentou.

Por Alexandro Martello, do G1 Brasília

Foto: Pixabay

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